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CAOVA – Azeite de peso em Portugal e no Mundo

CAOVA – Azeite de peso em Portugal e no Mundo

Maio 2, 2023
 

700 olivicultores, mais de 3 milhões de kg de azeitona anuais, 3 marcas de azeite, mercado em Portugal, Espanha, França e Bélgica, e um valor económico de 2 milhões de euros.

A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flôr e Ansiães (CAOVA) resulta da cisão da Cooperativa Agrícola de Vila Flôr, herdeira dos antigos Grémios da Lavoura e que, em 1986, iniciou a extração do azeite dos cooperantes, num lagar dentro da Vila.

Em 2000, a CAOVA mudou de localização para a Zona Industrial e recebeu um projeto de investimento para um novo lagar, com a aquisição de máquinas modernas com extração de azeite em duas fases, que eliminam as águas russas.

Desenhado pelo Presidente Hélder Teixeira e pelo antigo presidente, o novo lagar foi modernizado e permitiu um avanço tecnológico de 40/50 anos na produção de azeite.

 

“Foi a partir de 2000 que Trás-os-Montes começou a produzir azeite de qualidade e em grande quantidade!”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Inicialmente, a CAOVA revendia o azeite às multinacionais de azeite. Hoje, com cerca de 700 olivicultores, 3 milhões de kg de azeitona anuais, 3 marcas de azeite, mercado em Portugal, Espanha, França e Bélgica, e um valor económico de 2 milhões de euros, a CAOVA já não tem necessidade de vender o azeite a granel.

 

“Fomos dos primeiros incentivadores do azeite embalado em Trás-os-Montes. Na altura, existiam algumas empresas multinacionais que embalavam o azeite como o Galo, Oliveira da Serra, David Coimbra. Só a Cooperativa Agrícola de Olivicultores de Vila Flôr e Ansiães e outra cooperativa no Alentejo é que embalavam azeite em garrafa para o público.”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

As marcas de azeite da CAOVA são o Azeite Bioflor, marca de azeite biológico, Douro Superior, marca de azeite para internacionalização, e Azeite de Olivicultor, marca de azeite para o mercado local.

 

“Temos muitos cooperantes que levam o azeite para a sua família, amigos e a conhecidos. Em cada cooperante, contamos com um vendedor!”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

A CAOVA ajudou a dignificar o azeite local, desde a década de 80 que o azeite começou a ser reconhecido a nível nacional e internacional.

 

Presidente Eng. Hélder Teixeira, desde sempre dedicado à agricultura

Chegado de Angola em 1979 com a Guerra do Ultramar, o Presidente foi estudar para a Escola Agrícola dos Carvalhais, onde fez o 12º ano e um curso profissional. Posteriormente, fez um bacharelado na Escola Agrícola de Castelo Branco e a Licenciatura em Zootecnia e o Mestrado em Qualidade e Segurança Alimentar no Instituto Politécnico de Bragança.

Inicialmente trabalhava como vendedor de rações, mas há 32 anos, começou a trabalhar na Cooperativa Agrícola de Vila Flôr como técnico. Mais tarde, passou a assessor de direção e em 2003, passou a presidente da cooperativa.

Durante os últimos 32 anos, o maior desafio encontrado pelo presidente foi o pagamento de 1.863.000 € de dívida antiga e conseguir que a cooperativa voltasse a pertencer aos agricultores.

 

“O associado disse que tinha pesado em outra balança e fez queixa na GNR. Eu não estava na balança, não vi a pesagem nem o agricultor e fui chamado à GNR para depor. O juiz deu-me como arguido com identidade e residência, durante um ano. Depois como as balanças estavam certificadas e estava tudo conforme a lei, passado 1 ano tiraram-me de arguido por falta de provas.”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Um Azeite único

Balança para deposito de Azeite Barcelbal

Antigamente, existia o azeite de Trás-os-Montes, o azeite do Alentejo e o azeite das Beiras. O azeite do Alentejo sofreu muito com as temperaturas elevadas da região e, hoje, apesar dos grandes olivais, o azeite denominado de origem do Alentejo é pouco em relação com o azeite total produzido nesta região.

Os grandes olivais do Alentejo são produções industriais sem variedades autóctones ou variedades detentoras do verdadeiro “terroir”. Este azeite provem de variedades aperfeiçoadas que existem no Chile, África do Sul, Austrália e também em Portugal.

 

“Uma produção de uma garrafa de azeite no Alentejo pode custar 0,60€, enquanto a mesma quantidade de azeite produzido em Trás-os-Montes custa 2,80€. No Alentejo, os lagares têm uma margem de 2€ para poderem fazer comunicação e marketing.”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Produzir azeite em Trás-os-Montes implica custos elevados, pois as variedades são autóctones sem melhoramento genético, sem grandes cuidados, produzidas em extensivo e sem grande densidade de árvores.

Enquanto, por hectare, no Alentejo é possível plantar mais de 1.000 árvores, produzir em média 13 t de azeitona e colher numa hora, em Trás-os-Montes, conseguem plantar apenas 200 árvores, produzir em média 2 t de azeitona e fazer a colheita em 2 dias.

 

“O azeite não é todo igual. O azeite não tem todo o mesmo sabor. O azeite varia de umas localizações para as outras e de uma variedade para a outra.”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Olival em Trás-os-Montes: desafios e oportunidades

Olival

 

Trás-os-Montes está envelhecido. Grande parte dos proprietários dos olivais não reside na região e quando regressam a Trás-os-Montes, voltam com a nostalgia e saudade da infância, mas sem o conhecimento da evolução dos olivais.

 

“Não perspetivo grande evolução empresarial nas propriedades agrícolas, mas gostava que aparecessem explorações profissionais.”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Apesar dos incentivos financeiros para investimento na agricultura, Trás-os-Montes não irá conseguir uma reviravolta como ocorreu no Alentejo. Os terrenos são pequenos 10.000m2 ou 20.000m2 e muitas das propriedades ainda estão pendentes de partilhas familiares.

 

O desafio das alterações climáticas

As alterações climáticas têm impacto direto na produção da azeitona. O aumento da temperatura, a humidade e o vento obrigaram o olival a subir nas encostas, pois em baixo o ambiente começa a ficar muito quente e torna-se propício a maior incidência de gafa e mosca.

 

“Há uns anos, não poderíamos ter oliveiras nesta zona, pois o frio e a geada queimavam as oliveiras. Agora temos oliveiras com 20 anos e já vamos até aos 650m de altitude!”

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

Os olivais em Trás-os-Montes não requerem muitos cuidados e os necessários não são prejudiciais ao meio-ambiente. Os olivais necessitam apenas de 1 ou 2 lavouras e uma limpa a cada 3 anos. Não são utilizados tratamentos nem adubações maciças, utilizam pouco herbicida, tem uma baixa densidade de árvores e uma produção pouco intensiva.

 

Balanças nos lagares de azeite: da tradição à modernidade

Azeitonas

 

O controlo do peso da azeitona é fundamental para o funcionamento da cooperativa, pois só desta forma, conseguem controlar o azeite de cada um dos cooperantes.

Inicialmente, a CAOVA trabalhava apenas com uma linha de produção, uma balança e o software não fazia a transferência dos dados diretamente para o Software de Gestão dos Agricultores.

Quando começaram a trabalhar com a Barcelbal adquiriram o Software GestLagar. A aquisição do software da Barcelbal permitiu à CAOVA inserir os dados das pesagens automaticamente no Software de Gestão dos Agricultores.

O objetivo da CAOVA é deixar de trabalhar com papel e os processos passarem a ser todos registados online no seu website. Desta forma, os cooperantes conseguem ter acesso às suas informações rapidamente e em qualquer local.

 

“A balança e serviços da Barcelbal funcionam bem. Até hoje, não tive grandes problemas. São um bocadinho caros, mas dão resposta!”.

– Presidente Eng. Hélder Teixeira

 

O sucesso da CAOVA, é o nosso sucesso!

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